Não é preciso ser um alpinista para percorrer as montanhas sem capacete, grampos e cordas. Nem toda a gente vai perder a vida, nem toda a gente precisa de se agarrar à rocha e de se abanar para evitar que se precipite perpendicularmente para baixo, onde seria apanhado. Algumas pessoas só precisam de deixar a sua força e os seus pulmões em paz numa simples escalada. É o suficiente para ele. Essa é a grande maioria. É por isso que, aos fins-de-semana, as montanhas estão cheias de pessoas que gostam de se embrenhar no bosque e que gostam de subir a algum lado, a algum lugar onde possam depois ver como é belo o sítio onde começaram. Então, porquê trabalhar lá em cima quando é tão bonito lá em baixo?
Fazer caminhadas regulares é a coisa perfeita a fazer, a não ser que se tenha algum problema de saúde. Nesse caso, é um problema, mas há pessoas que deixam as coisas frias e continuam a fazer caminhadas, apesar do seu problema de saúde. Vão devagar e têm de descansar de vez em quando. Cinco quilómetros é uma caminhada de meio dia para eles, mas estão felizes. Estão felizes por o terem feito e por outra pessoa não o ter conseguido fazer. Acrescente-se a isso a sua idade. Infelizmente, por vezes, as montanhas estão tão cheias que se formam filas, não só na nossa zona, mas também nos nossos vizinhos. Recentemente, vi imagens de uma subida ao Rysy e não foi uma visão bonita. As pessoas estavam de cabeça para baixo e atrapalhavam-se umas às outras.
Talvez não fosse mau fazer alguma coisa a esse respeito. Por exemplo, permitir apenas um número limitado de pessoas lá em cima, ou um dia todos se espezinharão uns aos outros. A situação não é ainda melhor debaixo da montanha mais alta do mundo. Também aí se formam filas e, quando vemos as pessoas na fila, por exemplo, do degrau de Hillary, nem queremos acreditar nos nossos próprios olhos. Neste caso, provavelmente perdoar-se-ia até uma simples viagem até lá. Mas aqueles que amam as montanhas querem ver os Himalaias por si próprios. Felizmente, nem toda a gente tem isso imediatamente. Caso contrário, seria ainda pior. Temos filas de espera, sobretudo nos teleféricos. As pessoas são tão preguiçosas como os piolhos. Só se querem gabar de terem estado em Snezka, por exemplo. Tu não és o mesmo, pois não?